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segunda-feira, 7 de maio de 2018

DA SÉRIE: HISTORINHAS DO BIFÃO...


Diário de usuário do Metrô: Parte 1

         Seria um dia normal para quem pega o metrô lotado todas as manhãs. Mais apertado que short de gordinha que usa 2 números abaixo do recomendado. Aí, você tem uma mistura de aromas.
_ Tem o cara que usa o desodorante “Maçã Envenenada”. Debaixo do braço dele já estão mortos os Sete Anões, a Branca de Neve e, se duvidar, a Madrasta. Se pela manhã já está assim, no final do dia é caso de pedir intervenção da Vigilância Sanitária.
         Mas ele não é o único. Há também o “hálito indecifrável”.
_ Aquela pessoa que você não sabe se escova os dentes com cebola ou se troca o chiclete pela meia. 
         Mas aquele dia foi louco. O metrô mais lotado que casa lotérica quando há coincidência de prêmio acumulado e o primeiro dia útil após um fim de semana prolongado. Além dos aromas habituais veio aquele perverso. Aquela arma química que deveria ser banida pela ONU.
         O primeiro ataque fez com que narizes se torcessem, tal a profundidade que gás alcançou. Amigo, o responsável por aquilo deve ter jantado urubu em putrefação, com salada de ovo podre e batida de amendoim.  E ele lançava um míssil atrás do outro. Se os americanos na década de 1990 lançaram o “Tempestade no Deserto”, alguém, naquele vagão, estava desencadeando a “Tempestade na Linha 2”.
         E o pior de tudo é que, como o vagão não tinha espaço para uma formiga, não conseguíamos identificar o “Franco Peidador”. Aproveitando-se do anonimato, ele continuava castigando os narizes incautos. Chegou ao ponto de uma senhora quase em desespero apelar:
_ Pelo amor de Deus. Se não tem educação, pelo menos tenha misericórdia.
         Naquele ponto da viagem eu não podia dizer se o cara era um sádico ou se estava com flatulência descontrolada. Cheguei a pensar em apertar o botão de emergência para chamar a segurança do metrô.
_ Mas a quem acusar?
         Finalmente chegou a minha estação e eu saltei. Não sem antes sentir o meu nariz arder em mais um ataque do gás químico lançado indiscriminadamente por alguém. Na plataforma, ao ver as portas se fecharem fiquei penalizado pelas pessoas que prosseguiram a viagem.
         Foi quando a senhora que havia pedido piedade ao “peidorreiro” virou-se para mim e disse:
_ Se os flatos são assim, não quero estar por perto quando estiver se borrando.
         E lá fomos nós deixando a estação, podendo, finalmente, respirar sem medo...

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