SOS Lojas Americanas...
Era para ser
uma compra normal nas Lojas Americanas, no shopping. Inclusive, detesto quando
a minha ex pede para ir nas Lojas Americanas. Ela tem uma tara inexplicável
pelas LA. Quanto mais cheia, melhor. Ela gosta tanto do lugar, que, quando vê
seriado ou filme americano, e o policial diz: “LAPD”, já acha que se trata do
Departamento Pessoal das Lojas Americanas.
Mas, como
disse, era para ser uma compra normal. Não foi. A loja parecia um bloco de
carnaval antecipado. Tinha gente saindo pelo ladrão. Aconselhei que ela fosse
fazer as compras que eu iria para a fila de pagamento que parecia mas a fila de
processos para serem julgados pelo STF: “não acabava mais”.
Tomei
coragem e entrei na fila indiana naquele corredor estreito. Um calor muito
forte. Acho que o ar condicionado da loja estava em greve. Parecia a PM de
Vitória na paralisação: não saia. A fila, assim como os processos do STF,
parecia não andar. Foi quando o pior aconteceu. As narinas de todos naquele corredor
estreito foram invadidas por um forte cheiro de só Deus sabe o que era. Um fedor
como nunca havia sentido na vida. A catinga era tão forte, que chegava a arder nos
olhos.
Havia uma
jovem com os seus 20 e poucos anos com um bebê de no máximo 11 meses no colo.
Como não sabia falar, a criança apenas encheu o os olhos d’água, talvez com
vontade de retornar ao útero materno para escapar daquele gás venenoso que saiu
de algum irresponsável que estava naquela fila em um corredor estreito, onde o ar não circulava. No seu
silêncio, sei que ele estava me pedindo socorro, mas, infelizmente não havia
como ajuda-lo. A mãe, em um ato de humanidade, colocou a fralda nas narinas da
criança, na esperança de diminuir os efeitos do gás mortal.
Para que vocês
tenham uma ideia, quase dei uma de Sérgio Cabral e pedi um “oxigênio” para
conseguir respirar. Foi a primeira vez que fiz apneia fora d’água e por mais de
um minuto e meio. Mesmo assim, o odor permanecia. Acredito que o autor fez mais
de um ataque. Se é que vocês me entendem.
Olha que eu
olhei para as diversas pessoas que estavam na fila, mas não conseguir
identificar o miserável responsável por aquele “atentado terrorista”. E o pior,
é que a minha ex não chegava, a fila não andava e o ar não se dissipava. Suei
como a muito não fazia. Mas a minha preocupação maior era com o bebê à minha
frente. Tão pequeno e já descobrindo como o mundo pode ser cruel e fedido.
Quando
finalmente consegui sair das Lojas Americanas, pensei bastante e, a partir de
então, comecei a considerar que há alienígenas vivendo entre nós. Afinal de
contas, não acredito que nenhum humano possa ser o responsável por algo tão poderosamente fedido como aquilo...
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