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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

DA SÉRIE: HISTORINHAS DO BIFÃO...

SOS Lojas Americanas...

            Era para ser uma compra normal nas Lojas Americanas, no shopping. Inclusive, detesto quando a minha ex pede para ir nas Lojas Americanas. Ela tem uma tara inexplicável pelas LA. Quanto mais cheia, melhor. Ela gosta tanto do lugar, que, quando vê seriado ou filme americano, e o policial diz: “LAPD”, já acha que se trata do Departamento Pessoal das Lojas Americanas.
            Mas, como disse, era para ser uma compra normal. Não foi. A loja parecia um bloco de carnaval antecipado. Tinha gente saindo pelo ladrão. Aconselhei que ela fosse fazer as compras que eu iria para a fila de pagamento que parecia mas a fila de processos para serem julgados pelo STF: “não acabava mais”.
            Tomei coragem e entrei na fila indiana naquele corredor estreito. Um calor muito forte. Acho que o ar condicionado da loja estava em greve. Parecia a PM de Vitória na paralisação: não saia. A fila, assim como os processos do STF, parecia não andar. Foi quando o pior aconteceu. As narinas de todos naquele corredor estreito foram invadidas por um forte cheiro de só Deus sabe o que era. Um fedor como nunca havia sentido na vida. A catinga era tão forte, que chegava a arder nos olhos.
            Havia uma jovem com os seus 20 e poucos anos com um bebê de no máximo 11 meses no colo. Como não sabia falar, a criança apenas encheu o os olhos d’água, talvez com vontade de retornar ao útero materno para escapar daquele gás venenoso que saiu de algum irresponsável que estava naquela fila em um corredor estreito, onde o ar não circulava. No seu silêncio, sei que ele estava me pedindo socorro, mas, infelizmente não havia como ajuda-lo. A mãe, em um ato de humanidade, colocou a fralda nas narinas da criança, na esperança de diminuir os efeitos do gás mortal.
            Para que vocês tenham uma ideia, quase dei uma de Sérgio Cabral e pedi um “oxigênio” para conseguir respirar. Foi a primeira vez que fiz apneia fora d’água e por mais de um minuto e meio. Mesmo assim, o odor permanecia. Acredito que o autor fez mais de um ataque. Se é que vocês me entendem.
            Olha que eu olhei para as diversas pessoas que estavam na fila, mas não conseguir identificar o miserável responsável por aquele “atentado terrorista”. E o pior, é que a minha ex não chegava, a fila não andava e o ar não se dissipava. Suei como a muito não fazia. Mas a minha preocupação maior era com o bebê à minha frente. Tão pequeno e já descobrindo como o mundo pode ser cruel e fedido.

            Quando finalmente consegui sair das Lojas Americanas, pensei bastante e, a partir de então, comecei a considerar que há alienígenas vivendo entre nós. Afinal de contas, não acredito que nenhum humano possa ser o responsável por algo tão poderosamente fedido como aquilo...

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