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quarta-feira, 24 de junho de 2015

DA SÉRIE: HISTORINHAS DO BIFÃO...

Maldita Lei de Murphy...

Capitão da Força Aérea Americana, Edward Murphy, para quem não conhece este (filho de uma égua) é o criador da famosa “Lei de Murphy”, aquela que diz que tudo que pode dar errado vai dar errado. Você se planeja, se prepara para que tudo de certo. E, logo de cara, tudo começa a sair do controle. É mais ou menos igual a você ir à casa da namorada pela primeira vez e ter uma “crise intestinal” daquelas bem barulhentas. Se é que você me entende...
Quando o colega o chamou para ir a Minas Gerais, imaginou mil coisas. O amigo havia conhecido uma garota pela Internet. Eles já se relacionavam virtualmente e, daí decidiram se conhecer pessoalmente. Mas como a namorada tinha uma amiga, ele precisava ir para dar conta.
_ Vou logo avisando, não faço a mínima idéia de como é essa amiga dela._ alertou o amigo.
        Isto só podia ser um sinal. O universo o estava avisando que ia dar lambança. Que não era para ir. Mas contrariando o seu “Anjo da Guarda”, foi. Pensou que iram para BH, mas, na verdade, a namorada do amigo estava em uma cidade do interior, que nem era em Minas, mas ficava perto de Patos de Minas.
_ Nem consigo lembrar o nome daquele inferno de cidade que deve ter sido criada pelo capeta, em pessoa, em dia de mau humor _ Ele é traumatizado até hoje.
        Como não era BH, em vez de avião, foram de ônibus. Mais uma vez o Universo sinalizou. E ele não deu atenção. O ônibus quebrou, passaram mais tempo na estrada que peregrino indo para a cidade de Aparecida, em São Paulo. Chegou mais quebrado que ovo carregado por bêbado em ônibus lotado.
        A cidade tinha uma placa de “bem vindo” logo na entrada. Mas, para ele, deveria ter outra dizendo: “Volte enquanto há tempo”. Sabia que era uma cidade pequena, mas aquela tinha apenas uma igreja, um barzinho safado e algumas casas mais espalhadas que brasa em fim de festa junina.
        O que a gente não faz pelos amigos? Chegaram à rodoviária (Se é que aquilo poderia ser chamado de rodoviária) e o amigo encontrou a namorada virtual “muito linda”, por sinal. Mas a amiga não estava junto. Era mais um sinal dos céus, mas ele não deu atenção. Afinal de contas, já que está no inferno, tira o capeta para dançar. Eles conversaram durante algum tempo.
        Foram para a pensão. Tá pensando o que?  Aquela cidade mal tinha uma pensão. Você acha, por um acaso, que haveria um hotel??? Só havia um quarto disponível. Era tão espaçoso, que se abrisse os braços abraçava o amigo apertado. Sem falar na bandinha da cidade que ensaiava justamente nos momentos em que queria descansar. Foram à festa no ginásio da cidade, onde o amigo ficou com a namorada e amiga dela foi apresentada. Ou melhor, ela se apresentou.
_ Oi gatinho. _ sentiu uma mão no ombro dele.
        Ao virar-se olhou a menina dos pés a cabeça. Ela estava com o corpinho em forma. Em forma de que até hoje ele tenta descobrir.
_ Véi, aquilo só podia ser o auto-retrato do Satanás. O Murphy, filho de uma égua, estava aprontando das suas.
        Milagrosamente foi extremamente educado e dispensou a garota com um “vim aqui apena acompanhar o meu amigo. Não vou ficar com ninguém”.
_ Só de imaginar aquela garota sem roupa eu tive pesadelos durante toda a noite. _ ele não se conformava.
        O amigo não teve motivos para tirar uma com ele. A namorada estava “naqueles dias” e também não rolou nada. Era o capitão Murphy atirando em todas as direções. A vontade que ele tinha era voltar no bagageiro do ônibus e que passasse por uma estrada toda esburacada só para se torturar.
        Mas, como tragédia pouca é bobagem, eles foram comprar a passagem de volta e só teria no dia seguinte. Mais um dia naquele fim de mundo. E eles não tinham dinheiro nem para ir a BH. Era só de lá para casa. E ainda teriam que negociar com o dono da pensão por mais um dia com pouco dinheiro.
 _ Mas também o quarto tinha pouco conforto. Ou melhor: conforto algum...
        O seu amigo curtiu, parcialmente, a namorada mais um dia e ele tive que dispensar, mais uma vez, aquele ser indefinido que era amiga dela.
_ Só de imaginar aquela garota nua, meu Deus, acordo assustado até hoje. _ ele quase teve de fazer terapia...
        E assim foi a aventura deles no interior, quase em Minas Gerais. Em uma “terra que o mundo esqueceu”, segundo o nosso amigo. Mas a bronca dele com Murphy é tão grande, que quando vai ao estádio de futebol, enquanto todos xingam o juiz, ele prefere lembrar-se do americano:
_ Ei, Murphy, vai (se é que você me entende)...

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