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terça-feira, 19 de maio de 2015

DA SÉRIE: HISTORINHAS DO BIFÃO...

O cara estranho com um celular no avião.

         As pessoas são esquisitas. Cada dia mais estou entendendo menos os seres humanos. Nesse momento mesmo, tem um cidadão sentado ao meu lado tentando esconder o que escreve no seu celular. Até parece que estou interessado em saber das coisas dele.
_ Não faço a mínima idéia de quem é Victor. Muito menos quem é Júlia, a “vagabunda” que o traiu no sábado a noite.
         Cara estranho. Cheio de dedos para digitar no celular. Estou na janela, esperando o avião decolar. Ele acha que vou perder o meu tempo em ficar olhando a mensagem que está escrevendo no celular?
_ Como assim a Paula está estourando o limite do cartão de crédito? Sei lá quem é Paula. Mas desconfio que seja a esposa, namorada ou amante. Estou mais para a terceira opção, porque com amante homem costuma gastar mais. É de praxe.
         Neste momento ele parou de digitar. Mas continua a esconder a tela do celular. Agora o cidadão está fazendo um trabalho de desobstrução das narinas. E para isso está utilizando um indicador sem a menor cerimônia. Isso ele deveria esconder. Mas não, está liberando para quem quiser ver.
_ Vou olhar pela janela, para não ver onde o cretino vai limpar o dedo.
         Agora ele voltou a digitar no celular.
_ Bom, como ele não se levantou para ir ao banheiro, meteu a mão de nariz no celular. Bem que havia achado a tela dele uma “meleca”.
         Agora, voltou a esconder o que escreve. Será que não se manca que não quero ver o que ele está digitando?
_ Não quero saber se ele perdeu uma fortuna aplicando em ações da Petrobrás. E que ele quer matar a gerente do banco onde tem conta, pois foi ela que sugeriu a aplicação...
         Ô cara chato demais da conta. Olha se vou perder o meu tempo olhando para o celular melequento dele.
_ Nem quero saber se ele foi flagrado na Lei Seca é perdeu a carteira. E quase foi preso por oferecer uma grana aos guardas para diminuir a “secura”.
         Turbulência. Pouca, mas turbulência. Nem assim o cara para de digitar e de esconder o que escreve.  Veja se tem cabimento, com o avião sacudindo vou ficar querendo olhar para as mensagens dele.
_ Nem sei onde mora a Tânia do sexto andar, que é um furacão na cama e que a mulher dele ( seria a Paula?) quase os flagrou na garagem.
         Cara bobo. Tenho mais o que fazer. Vou sacar o meu celular. Não vou escrever nada de útil, mas vou deixar ele curioso para saber o que estou escrevendo. Agora é a minha vez. Vou escrever um monte de bobagem e não deixá-lo ver.
_ Como assim já vamos pousar Piloto? Logo agora que eu iria às forras?
         O cara guardou o celular com “tela nasal”. Sorte dele. Estava indeciso se optaria por fingir escrever algo ou partir para a ignorância por ele ter escondido a tela do celular o tempo todo.
_ Afinal de contas, nem quero saber o quanto tem de pagar ao Imposto de Renda por ter caído na “malha fina”. Nem que a sogra esteja dando “pitaco” na vida dele...
         Tomara, na minha próxima viagem, não sente ao lado de um cara tão mala, quanto este. Que acha que todo mundo quer saber da vida dele através do que escreve via celular...


_ O mundo está cheio de loucos...

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