Atleta de fim de semana.
Fim de semana: eis uma grande ideia. Não foi à toa que Deus
deixou o sétimo dia para o descanso, mas o ser humano, sempre querendo dar uma
de esperto, acabou enforcando o domingo também.
Mas,
geralmente, o fim de semana tem um rei: “o atleta de fim de semana”. Este
cidadão é de fácil reconhecimento. Normalmente é aquele cidadão mais “em forma”.
Forma de barril, forma de geladeira duplex. Em muitos casos, como diz o meu
amigo Pitu, o atleta de fim de semana tem uma característica marcante: “a
barriga”.
_ A barriga dele é cum capítulo à parte _ fala o Pitu_ Tem o
tipo melancia: grande e redonda. Tem a de gravidez, onde o cara parece estar “grávido
de sete meses”. Tem a “barriga oceano”, que é quando o cara tira a camisa e
você vê um “monte de ondas”. E, é claro, não poderia faltar a famosa “Monumento
aos Pracinhas”, que é aquela que presta homenagem a um “ex-combatente”.
Ninguém pode
falar que o “atleta de fim de semana” de semana é um despreparado. Muito pelo
contrário. Ele possui todos os equipamentos necessários para praticar o esporte
que escolheu para o fim de semana. Se for futebol, sai de casa com chuteira,
meião. O grande problema é que, seja qual for a camisa que coloque para jogar,
devido à “circunferência da barriga, ela vai ficar parecendo um modelo “baby
look”. Mesmo assim lá vai ele para o “peladão”, que pode ser disputado em um
campo tipo “pneu de Fórmula Um, na última volta”:
_ Todo gasto e careca.
Se ele for dado
aos esportes aquáticos, vai vestir o sungão, onde geralmente a barriga, por
cima dele, fica parecendo uma marquise que foi ampliada por ordem da
prefeitura. Mete os pés de pato, snorkel e pimba!
_ Quase esvazia a piscina e deixa todos molhados na borda.
Se é adepto de esportes
mais modernos, tipo stand up paddle, de tão redondo, vai parecer aquelas boias
de sinalização marítima sobre a prancha.
Tem também o maratonista.
Tênis das melhores marcas, short e camiseta e botando os “bofes pela boca”, maratonista
de fim de semana vai correndo pelas ruas e avenidas. Faz pose de quem aguenta
correr 40 quilômetros, quando “emparelha com uma maratonista mais jeitosa”,
mas, pouco adiante, retorna à sua condição de “pobre coitado”, quando está
longe do alcance das vistas da “graciosa”. Ele geralmente reza em silêncio,
pedindo a Deus que dê fim ao seu sofrimento.
O “maratonista de fim de semana”, que
durante os dias úteis, não vai nem à banca de jornal, sem o carro, geralmente é
aquele que aparece nas corridas transmitidas pela TV, nos últimos pelotões, com
cartazes, do tipo: “Mamãe tô na Globo”. “Miracatu do Norte se faz presente”,
etc. As chances do miserável chegar
entre os primeiros são as mesmas do Bonsucesso ser Campeão Brasileiro.
Mas há o atleta de fim de semana mais
sofisticado. O tenista. Geralmente ele compra uma raquete de marca famosa, as
mesmas dos atletas “Top de Linha”, como Nadal, Djokovic, etc. Mas o parceiro
que vai jogar com ele geralmente é da mesma classe. Ou seja: os dois são “perebas”.
O tenista vai para o clube perto de casa, manda a família para a piscina e vai
para a quadra. A partir daí, nem o milésimo do Ranking da ATP faria igual.
Os únicos “aces” que a dupla consegue
ocorrem quando (geralmente sempre) a bola vai para fora da quadra e eles gritam
para alguém:
_ Ei, se pega a bola para nós?
Sem falar que é necessário deixar claro
para os dois, que bola na rede só é ponto, quando se trata de futebol.
O atleta de fim de semana é o rei do
esporte. Seja qual for a modalidade ele domina. Ou melhor, como diz o Pitu: “A
dor mina”.
_ A dor mina a
resistência dele durante o resto da semana. É dor aqui, ali.
Mas o cara não desiste. Trabalha a semana toda só esperando o
sábado e domingo, quando voltará a fazer o que mais gosta: “praticar o seu
esporte favorito”. Aquele no qual se imagina um craque e até hoje não entende
como uma marca esportiva famosa ainda não o contratou para ser “garoto
propaganda”.
O atleta de fim de semana é o pesadelo
de qualquer esposa e, principalmente, dos cardiologistas...
Nenhum comentário:
Postar um comentário