Diário de um turista...
Você sabe que o
seu dia não começou bem, quando a companhia aérea manda chegar determinada hora
e começa a despachar as bagagens uma hora e meia depois.
Não bastasse isto,
vai para São Paulo e no avião da conexão as “malas” que estão atrás de você
começam a falar de assuntos agradabilíssimos para quem se prepara para decolar:
_ Avião com pane nas turbinas. Turbulências violentas. Avião
derrubado na Ucrânia. Um dos malas chegou a dizer que certa vez sonhou que
estava dormindo e quando acordou o avião estava caindo...
Era tanto papo
besta, que eu já estava vendo um monstrinho comendo a fiação das asas do avião,
tipo o filme “Twilight Zone”. Meu Deus. As malas não paravam. E o pior de tudo
é que eu nem podia pedir para saltar.
Cerca de 30
minutos depois da decolagem, finalmente, as malas pararam de falar de desastres
ou quase desastres aéreos. Mas não calaram a boca.
_ Jesus. Mais duas horas e meia daqueles dois falando e eu já
achava uma boa idéia as máscaras de oxigênio cair sobre nós. Talvez assim eles parassem.
Quando
finalmente (e milagrosamente) os caras pararam, foram as crianças que começaram
o falatório. Aquele avião devia ser uma creche. Havia pelo menos umas 30 delas.
Algumas choravam, outras riam. Umas dormiam e dois moleques, algumas poltronas
à frente, simplesmente brincavam de “avião”
_ Meu avião está caindo! _ dizia um deles enquanto jogava seu
brinquedo contra o encosto da poltrona.
Amigos, foram a
três horas mais longas da minha vida. Quando o piloto, finalmente, disse que o
pouso havia sido autorizado, quase fui à cabine abraçá-lo.
No caminho para
o hotel a guia lembrou que a cidade não é uma das mais perigosas do Brasil, com
dizem as estatísticas.
_ Só evitem andar com celulares, máquinas fotográficas e
dinheiro à vista. _ disse ela com aquela calma peculiar dos nordestinos.
Ao ouvir aquilo
pensei:
_ Em vez de vir para Fortaleza, voltei para o Rio de Janeiro...
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