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segunda-feira, 15 de junho de 2015

DA SÉRIE: HISTORINHAS DO BIFÃO...

As gordinhas da minha vida...

         Decididamente as gordinhas entraram na minha vida para ficar. Algumas há muito tempo. Outras há pouco tempo. Um número razoável recentemente. E algumas delas de forma traumatizante, como aquela que pisou no meu dedão, fazendo com que a minha antiga unha tivesse um final trágico (e por pouco o meu dedo não teve fim igual).
Quando ela entrou no vagão do metrô logo chamou a atenção. Entre 1,85 e 1,90 de altura. Já a largura, amigo, ela era larga. Muito larga. Tanto que ocupou o seu espaço no banco e grande parte do meu. Eu tive que ficar praticamente de lado, imprensado contra a lateral que dá para a cabine do condutor. Fiquei mais de lado que avião fazendo curva...
_ E olha que “estar de ladinho” com uma mulher, para mim, sempre significou outra coisa...
         Ela olhou para mim. Mesmo sentados ela estava um nível mais alto. Ou seja, para olhar para o rosto dela tive que inclinar o meu para cima.
_ Quente, não?
_ Não! _ pensei, mas apenas olhei para ela, sem pronunciar uma só palavra. Falando com os olhos._ Apertado, isso sim.
         Que eu me lembre, a última vez que passei tanto aperto no Metrô foi durante uma greve de ônibus, quando todos correram para o transporte disponível. Mas, na ocasião estava em pé, no meio do vagão. Desta vez o aperto se dava com a minha pessoa sentada...
         Mas aquilo era apenas o começo. A criatura, no balançar do metrô, foi fechando os olhos. Parecia que estava em uma sessão de hipnose. Os olhos dela estavam ficando pesados. Não só os olhos, mas todo o corpo, uma vez que ela estava caindo em cima de mim. Se já estava ruim, a coisa começou a piorar. A gordinha era do tipo que se espalha, quando dorme. E eu não tinha mais para onde correr. Ou melhor, me espremer
         Agora imaginem a cena: eu, que não sou nenhum gigante, tendo aquele “monte de mulher” caindo em cima de mim. E eu já estava de lado. E ela veio caindo, caindo. Quando dei por mim, ela já estava com a cabeça repousada no meu ombro. Quando Newton disse que dois corpos não ocupam o mesmo espaço, ele jamais imaginou uma cena como aquela que eu estava vivendo.
_ Véi, quem visse aquela cena fora do contexto, poderia imaginar que nós tínhamos certa intimidade e folguedos.
         Olhei para frente e reparei que um cidadão do outro lado do vagão tinha um sorriso disfarçado no rosto ao olhar a cena da qual eu era um dos protagonistas. Jurei que se ele fizesse sinal de positivo com os polegares, iria mostrar um dedo de cada mão em resposta. Se é que estou sendo claro. Fosse eu uma celebridade e algum paparazzo tivesse fotografado a cena, com certeza diria:
_ Ele foi visto com uma “gordinha misteriosa” no metrô.
         E lá fomos nós. Eu imprensado, a gordinha largada e o cara da frente com um ar sarcástico olhando par mim. E o pior é que eu não tinha idéia em qual estação a gordinha iria soltar. E se a minha chegasse antes? Como é que eu iria fazer? E ela ferrada no sono.
_ Quanto mais o sono ficava profundo, mais ela ficava pesada.
         Finalmente, como que por encanto, quando o sinal sonoro anunciou a estação Uruguaiana, a “bela gordinha adormecida” despertou.
_ E antes que perguntem, não dei beijinhos para ela despertar, não.
         Ela olhou para mim. Deu um sorrisinho amarelo, se ajeitou. Colocou a bolsa no ombro e levantou. Mais uma vez olhei para o sujeito da frente, que continuava aquele ar cretino. Olhei para a gordinha, que além de muito alta, ainda estava de salto alto. E lá foi ela. Mais uma gordinha que foi entrando na minha vida, sem esperar um convite.

         Gente, acho que terei de fazer terapia. Parece haver um “complô de gordinhas” contra mim. Estou ficando traumatizado. Acho que elas se uniram, pois não é possível, esses meus problemas com as “mais providas de carnes” estarem acontecendo um após o outro. Isto já está beirando o bullying. Das duas uma:
_ Ou tomo trauma de gordinhas ou vou acabar me apaixonando por uma...

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